domingo, 11 de setembro de 2011

2º Seminário interno - Afrosin


No dia 16 de agosto de 2011, o grupo de pesquisas Afroperspectivas, Saberes e Interseções - AFROSIN realizou seu 2º Seminário interno no campus da UFRRJ em Nova Iguaçu. Estudos Culturais, esse foi o tema deste segundo encontro onde tivemos a presença das docentes: Kátia Santos e Adriana Carvalho apresentando os Estudos Culturais tanto pela literatura negra, quanto pela música funk dos morros cariocas.


E o PET/Conexões de Saberes Dialogando e interagindo com múltiplas realidades e saberes da Baixada Fluminense,  marcou presença em mais este evento, e contamos com a aluna petiana Thamires Muniz como anfitriã da mesa. A professora do Conservatório Brasileiro de Música, Kátia Costa-Santos apresentou o trabalho com o tema A formação intelectual e político-afetiva das margens no mundo contemporâneo. Kátia trouxe temas interessantes para serem pensados sob a ótica dos Estudos Culturais. Além de falar das sensibilidades fora do eixo, tendo como base para seu trabalho, o teórico Stuart Hall, Kátia também fala da cultura fora do eixo, neste caso leia-se eixo como Rio de Janeiro e São Paulo.
Circuito fora do eixo, aliás, é designador de um movimento "criado" por produtores culturais (cinema, literatura, teatro etc.) que pensam a cultura, também, fora dos grandes eixos, já pré-estabelecidos.
Além de trazer este panorama cultura diversificado, a professora trouxe livros para circular entre o público, muitos livros, com duas temáticas em comum: os negros e as mulheres negras, e pudemos conhecer o seu livro Ivone Lara a dona da melodia.

Em seguida, tivemos a apresentação da professora da UFRRJ Adriana Carvalho. A docente apresentou o trabalho com o título "Moro na favela sim senhor" - a racialização do espaço no funk carioca. Adriana que é formada em Letras pela UnB e veio para o Rio para pesquisar e escrever sobre o funk carioca, que no caso era seu objeto de estudo do mestrado, não voltou mais para Brasília e tornou-se uma das sócias fundadoras da Associação dos Profissionais e Amigos do Funk - APAFUNK.
Através de pesquisas realizadas em jornais e arquivos do início da música funk no Rio de Janeiro até a atualidade, a professora demonstrou em sua pesquisa como o funk era ligado às classes mais pobres e, também, aos negros, e por conta disso muitas vezes era criminalizado. 
Já de alguns anos para cá, vimos essa perspectiva mudar, temos funk tocando em festas e boates na Zona Sul, pessoas de classes mais altas frequentando bailes-funk nas favelas cariocas e a constante visita de "celebridades" do futebol aos seus locais de origem, o que causa grande estranheza para a mídia em geral. 
E Adriana fechou sinalizando que em muitas comunidades o funk é uma ferramenta de letramento para que crianças e adolescentes se interessem pelo mundo da escrita. E na concepção dos autores das letras de funk, a favela, que até então era estigmatizada, é (re)significada como um lugar feliz, de gente que trabalha  que sonha como todos nós. Um outro olhar.

Dicas de livros, sites e outros:

Funk-se quem quiser - Adriana Carvalho
Ivone Lara a dona da melodia - Kátia Costa-Santos
A filha da beleza - Elisa Lucinda


Blogs:
A casa da minha mãe
The mis-adventure of award black girl

Popular Posts