Mês passado, nosso
grupo esteve em Minas para o XV SudestePET, e descobrimos que também ocorreria
nesse período o II Calourada Preta - O corpo negro que incomoda - no campus Mariana, também da UFOP. Felizmente,
apesar de não termos organizado uma logística para participar dos dois eventos:
conseguimos! A petiana Cátia Correia participou da Calourada Preta e dividiu
conosco a experiência.
“Na sexta, dia 10, pela
manhã, na mesa de debates sobre feminismo negro, com mediação das
professoras Benilda Brito e Dulce M. Pereira, foram levantados os tópicos: Trans
feminismo negro; valores afro diaspóricos; ancestralidade/singularidade/resistência/resiliência;
SORORIDADE entre feminismo e feminismo negro; Marcha das mulheres negras; EPISTEMICÍDIO;
e Autoras de textos literários e teóricos que auxiliam a mulher negra no seu
processo de empoderamento (Ana maria Gonçalves, Carolina Maria de Jesus, bell
hooks, Sueli Carneiro, Lélia gonzalez, Jurema Vernek, Beatriz Nascimento). As
professoras deram depoimentos de como foi difícil o acesso até a formação
acadêmica e a importância de abrir caminho através de lutas de acesso e
permanência para a nova geração de jovens negros no Brasil. Foi uma experiência
de identificação muito rica e construtiva, com espaço para troca e interação.
Havia uma exposição
de fotos que tratava da transição capilar - processo de retirada de vestígios
de produtos químicos do cabelo. Jovens do próprio campus cederam suas fotos do
antes e depois e deram um depoimento do processo de transição capilar. A
exposição valorizou a estética do cabelo crespo, característica do negro, e a
importância de identificar suas raízes, reiterando a questão da ancestralidade.
A noite djs tocaram
músicas de raízes negras, na atividade cultural que também contou com a
presença de Raika dos santos, cantora, ativista e rapper negra, que traz em
suas músicas a valorização do povo e da mulher negra!
Agradeço ao
professor Otair e a todo grupo Petconexões por terem me permitido ter essa
oportunidade, a interação e o convívio com os alunos da UFOP - Mariana me deu
novo folego e fortaleceu ainda as minhas convicções de luta como negra, mulher,
cotista e moradora de uma região considerada ‘periférica’ creio que a minha
interação com os organizadores do evento foi uma troca mútua de experiências e
incentivos, já que compartilhamos grande parte das pautas de luta. Seria muito
interessante poder trazer esse evento para dentro da UFRRJ, e reafirmar a
unidade de luta do povo Negro dentro das UFES. ”
Texto: Cátia Regina
Revisão: Stephanie Nunes
Texto: Cátia Regina
Revisão: Stephanie Nunes