quarta-feira, 13 de maio de 2015

Empoderamento Negro na Universidade: II Calourada Preta - Mariana/MG



Mês passado, nosso grupo esteve em Minas para o XV SudestePET, e descobrimos que também ocorreria nesse período o II Calourada Preta - O corpo negro que incomoda - no campus Mariana, também da UFOP. Felizmente, apesar de não termos organizado uma logística para participar dos dois eventos: conseguimos! A petiana Cátia Correia participou da Calourada Preta e dividiu conosco a experiência. 

“Na sexta, dia 10, pela manhã, na  mesa de debates sobre feminismo negro, com mediação das professoras Benilda Brito e Dulce M. Pereira, foram levantados os tópicos: Trans feminismo negro; valores afro diaspóricos; ancestralidade/singularidade/resistência/resiliência; SORORIDADE entre feminismo e feminismo negro; Marcha das mulheres negras; EPISTEMICÍDIO; e Autoras de textos literários e teóricos que auxiliam a mulher negra no seu processo de empoderamento (Ana maria Gonçalves, Carolina Maria de Jesus, bell hooks, Sueli Carneiro, Lélia gonzalez, Jurema Vernek, Beatriz Nascimento). As professoras deram depoimentos de como foi difícil o acesso até a formação acadêmica e a importância de abrir caminho através de lutas de acesso e permanência para a nova geração de jovens negros no Brasil. Foi uma experiência de identificação muito rica e construtiva, com espaço para troca e interação.

Havia uma exposição de fotos que tratava da transição capilar - processo de retirada de vestígios de produtos químicos do cabelo. Jovens do próprio campus cederam suas fotos do antes e depois e deram um depoimento do processo de transição capilar. A exposição valorizou a estética do cabelo crespo, característica do negro, e a importância de identificar suas raízes, reiterando a questão da ancestralidade.

A noite djs tocaram músicas de raízes negras, na atividade cultural que também contou com a presença de Raika dos santos, cantora, ativista e rapper negra, que traz em suas músicas a valorização do povo e da mulher negra!

Agradeço ao professor Otair e a todo grupo Petconexões por terem me permitido ter essa oportunidade, a interação e o convívio com os alunos da UFOP - Mariana me deu novo folego e fortaleceu ainda as minhas convicções de luta como negra, mulher, cotista e moradora de uma região considerada ‘periférica’ creio que a minha interação com os organizadores do evento foi uma troca mútua de experiências e incentivos, já que compartilhamos grande parte das pautas de luta. Seria muito interessante poder trazer esse evento para dentro da UFRRJ, e reafirmar a unidade de luta do povo Negro dentro das UFES. ”

Texto: Cátia Regina
Revisão: Stephanie Nunes

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