quinta-feira, 1 de maio de 2014

II Semana da Baixada Fluminense - A Baixada Canta, Dança e se Agiganta: conectando Culturas e Conhecimentos

Realizou-se na semana de 5 a 9 de agosto de 2013 a II Semana da Baixada, realizada pelo grupo PET Conexões Baixada e em parceria com diversos grupos da Baixada Fluminense. Relembre alguns momentos do evento.

mesa de abertura
Na segunda, após a abertura oficial do evento, ocorreu a mesa Baixada Fluminense: olhares além das fachadas! e contou com ilustres presenças.
A necessidade de haver uma matéria relacionada à história local, nas Universidades da Baixada foi uma das questões levantadas pelo Professor Gênesis Torres. Gênesis também lembrou da importância do Professor Ney Alberto de Barros - ilustre pesquisador da história da nossa região falecido recentemente.

O Professor Álvaro Pereira falou sobre a digitalização de arquivos do Jornal fundado em 1917 (Correio da Lavoura), arquivos de + de 600 págs. O professor também ressaltou a importância de se estudar as histórias da Baixada e destacou que esse conhecimento deve ser levado para além das Universidades: deve ser levado para as escolas.
Representante da Revista Destinos, a Professora Janaina Nascimento falou sobre as descobertas que a equipe da revista fez sobre a Baixada, atividades como rugby, voô livre e espaços como um campo de golfe e observatórios proporcionaram a descoberta de “uma Baixada que não conhecíamos”, comenta a professora.




homenagem ao professor Ney Alberto

Terça, pela manhã, ocorreu a paletra A cor da Baixada Fluminense: escravidão, liberdade e pós-abolição no recôncavo da Guanabara com palestrante Nielsen Rosa Bezerra.

À tarde foram realizadas as oficinas Inclusão e Deficiência na Baixada e Construindo a Identidade do Lugar, ambas promovidas pelo GEMTE (Grupo de Estudos em Marketing, Tecnologia e Ecologia).



Fechando a tarde, tivemos a participação do grupo Roda de Choro dos Pavões proporcionando um momento de agradável descontração.


Em seguida, iniciaram-se as apresentações de trabalho no (Re)contando a Baixada: estudos e pesquisas com temas relacionados à Baixada Fluminense. Destacaram-se a reflexão do não sentimento de reconhecimento de identidade, história e patrimônio histórico; e os atrativos turísticos como a reserva de Tinguá, por exemplo.



Na quarta, começamos o dia com o Circuito Iguassú Velho, uma parceria com o grupo PET GEO. Reconhecimento do local que fora a antiga sede do Município de Nova Iguaçu: Iguassú Velho.


Foi possível constatar de fato, como propusera o grupo PET GEO apresentar, como importantes patrimônios históricos do município não são valorizados e nem cuidados, estão abandonados - como podemos observar nos registos abaixo. Dessa forma é possível prever que se nada for feito para mudar essa situação de descaso com nosso patrimônio em pouco tempo só teremos as fotografias para contar nossas histórias.
 
na Fazenda São Bernardino

... na escada do cemitério dos escravos

o grupo ao lado da Torre Sineira
Também pela manhã ocorreu a mesa Produção literária na Baixada I: Por que e para que produzir um livro, com o poeta e professor Moduan Matus, o escritor e ativista Jorge Cardoso e o pesquisador e editor Geraldo Bastos.
À tarde aconteceu a oficina Manifestação Cultural em Nova Iguaçu que propunha por meio da linguagem musical e teatral refletir sobre a participação sociocultural na cidade. Concomitantemente acontecia a oficina A contribuição do negro na formação da cultura afro-brasileira na Baixada Fluminense, no Instituto de Pesquisa Afro Cultural Odé Gbomi. Embora tenha sido cogitado seu cancelamento, a atividade prosseguiu superando todos os empecilhos.  

O grupo foi recebido por Antônio Montenegro, responsável pelo espaço e herdeiro de parte do acervo apresentado, no Instituto que fica no bairro Valverde em Nova Iguaçu. Os participantes, depois de um certo incentivo, se pronunciaram, mesmo que timidamente, contribuindo para interação na construção do conhecimento, como se propõe o título do evento. Foi uma visita breve porém rica em história e cultura. A atividade levantou muitas discussões gerando ao grupo que participou da atividade uma rica experiência sobre culturas e histórias de África.

Formada por alunos do Instituto de Educação Rangel Pestana (IERP), a Banda More Music foi a atração do final da tarde, o repertório escolhido: MPB.


À noite, a Mesa Movimentos sociais na Baixada Fluminense: Reflexões críticas contou com a presença do discente de Geografia (UFRRJ/IM) Miguel Dupot,  Antônio Carlos da Biblioteca Solano Trindade e fundador do Banco Saracuruna de Economia Solidária (Duque de Caxias);  Igor Barradas, Cineasta do Cine-clube “Mate com Angu” (Duque de Caxias); Adriano Lima, quilombola membro da Aquilerj;  Alexandre Anderson, presidente da Associação dos Homens do Mar da Baía de Guanabara – Ahomar, Magé; Áurea Andreia Ribeiro e Marli Pereira, do acampamento MST da Baixada Fluminense; e Eugênio Ibiapino do Grupo 28 de junho.


No final desse intenso dia e concomitantemente com a mesa de movimentos sociais, acontecia a oficina Dança Baixada com Esinéa Gomes.

Abrimos a quinta-feira com a mesa Produção literária na Baixada II: O processo de produção e divulgação literária, que contou com a presença da Profª. Fernanda Felisberto (UFRRJ/Livraria Kitabu), Profº Sergio Fonseca e da Profª e escritora Luciane Rangel. O professor Sergio Fonseca fez uma crítica à padronização dos alunos, que os homogeiniza. A escritora Luciane Rangel falou sobre sua publicação independente, onde 90% da divulgação foi realizada pela internet, destacando-a como importante ferramenta. A autora também refletiu sobre a escrita como profissão, escrita que muitas vezes não é valorizada. A professora Fernanda Felisberto falou sobre o mercado editorial brasileiro e lembrou importantes autores da Baixada Fluminense, como Solano Trindade, morador de Caxias, e Elio Semog, morador de Nova Iguaçu.

Durante à tarde ocorreu o Curtas baixada! Apresentação dos documentários Baixada.doc e nossas ruas têm história.A programação, elaborada pelo grupo PET de Produção Cultural/ IFRJ (Campus Nilópolis) contou com um rico acervo de documentários e curtas metragens. Os graduandos entrevistaram moradores da região, moradores de outras regiões e visitaram inúmeros municípios e locais que não são devidamente estudados e explorados, trazendo assim temáticas socioculturais próprias da Baixada. Fluminense.

Foram exibidos os curtas:SAGRADO EM MOVIMENTO, que relata a mudança de religião de algumas pessoas residentes de três municípios da Baixada apontando assim quais são os credos predominantes na localidade; FÁBULA EM FLORES, onde estudiosos e pesquisadores do município de Nilópolis contam, a partir de suas vivências, algumas curiosidades históricas do local; MISTÉRIO DO PARQUE, busca o desvendamento de uma lenda do Parque Natural de Nova Iguaçu, frequentadores da região são entrevistados; AUTO-RETRATOS DA BAIXADA FLUMINENSE – “ NA BAIXADA NÃO TEM MAR”,  o curta retrata a visão pessoal de quem mora na Baixada sobre a sua localidade; PRÓXIMA PARADA ESTAÇÃO MESQUITA, onde moradores narram a historia do município de Mesquita a partir dos nomes das ruas; CIDADES INVISÍVEIS, o filme busca questionar o nível de preservação histórica da Baixada; NUNCA FUI, MAS ME DISSERAM, documentário que estrutura-se sob o olhar da zona sul em relação à Baixada Fluminense.


Fechando a tarde, tivemos um momento de poesia no Sarau:  A Baixada em canto, prosa e encanto, com participação de poetas do Encontro de Poetas e afins e Johnny Rocha.

os declamadores e poetas com a petiana Ariane
Abrindo a noite, deu-se a continuação das apresentações de trabalho no (Re)contando a Baixada: estudos e pesquisas com temas relacionados à Baixada Fluminense. A atividade contemplou trabalhos que passaram por diversos assuntos como ocupações territoriais, pobreza, migração, ensino, potencial turístico, juventude, inclusão, cidadania, educação ambiental  e política. Através  desses trabalhos é possível reconhecer que a região é pouco estudada e falta a identificação do cicadão local com sua história. Em geral, as apresentações destacaram a importância de se estudar a história local e observar o entorno para valorizar.



Conectando culturas e conhecimentos começamos a sexta-feira com a mesa Universidade das Quebradas: Ecologia dos Saberes, periferia e Baixada, compondo a mesa Beah Meira (UFRJ), José Otávio Motta Pompeu e Silva (UFRJ), Marilene Gonçalves (UFRJ) e Claudina Oliveira (UFRJ).

Foi criticado o insvestimento no monoculturalismo nas universidades do Brasil onde é preferível ser igual e as portas estão fechadas para muita gente, diferente das grandes Universidades. A Universidade das Quebradas (UQ) propõe-se a abrir a Universidade para a cidade, um projeto de Heloisa Buarque de Hollanda.


A mesa trouxe relatos de vida, trajetórias, a relação de cabelos e auto-estima, mercado cruel e, consequentemente, as dificuldades. Foi possível refletir sobre o lugar que é construído pelas pessoas (quem faz o lugar são as pessoas!), traçando uma relação da UQ com a busca do grupo PET Baixada, onde ambos buscam valorizar a riqueza cultural de mundos periféricos e valorizam a troca de saberes.


emoção da quebradeira Claudina Oliveira ao falar de sua trajetória
Ocorreu à tarde a oficina Conhecendo a arqueologia na Baixada, realizada pelo Instituto de Arqueologia Brasileira- IAB.


O Coral da UFRRJ abriu o show de encerramento e o grupo Frutos da terra: sambas e compositores iguaçuanos fechou a semana com samba e sopa.






De terça à sexta ocorreram as exposições. Tivermos a presença de diversos artistas plásticos e artesãos que se revessaram na exposição “Corpos Baixada” durante a semana; livros de autores da Baixada com sessões de autógrafos; Lindíssimos registros das  “Belezas Naturais” da Baixada, de autoria da fotógrafa iguaçuana Marcele Pontes; Índios com seus artesanatos; contamos também com a saborosa presença da Cooperativa de Agricultura Familiar que nos alimentou prestigiou durante quase toda a semana.










verduras da Cooperativa de Agricultura Familiar


autores e livros da Baixada e o nosso tutor


exposição e venda de livros da livraria Kitabu




Colaboraram: Ariane Lopes, Beatriz Chaves, Daiane Andrade, Fayla Menezes e Stephanie Nunes

Redação final: Stephanie Nunes

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